quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Mais de 1,3 mil casos de câncer em Goiás





Outubro é o mês mais rosa do ano. Desde 1997, esse é o mês da campanha de mobilização para a prevenção do câncer de mama que ilumina de rosa prédios e monumentos em todo o mundo. Tudo remete à cor do laço, que simboliza, mundialmente, a luta contra o câncer de mama. Quem foi à abertura do Festival Goiânia Mostra Curtas no Teatro Goiânia, por exemplo, se surpreendeu ao vê-lo todo iluminado de rosa. A intenção da campanha é lembrar a importância do autoexame e do exame de mamografia, que podem detectar a doença antes dos sintomas, fazendo com que o tratamento tenha mais de 95% de eficácia. O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que este ano Goiás deve registrar 1.320 novos casos da doença. Só na capital goiana, 450 casos.

De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, as taxas de mortalidade por câncer de mama continuam elevadas no Estado e no Brasil como um todo, principalmente porque a doença ainda é diagnosticada em estágios avançados. Em 2010, 298 mulheres morreram no Estado por causa da doença. Em média, 12 mil mulheres morrem por ano no Brasil por causa do câncer de mama. O maior motivo é que a maioria das mulheres com mais de 40 anos não fazem a mamografia anualmente, como é recomendado. Em Goiás, existem 71 mamógrafos. Deste total, 24 realizam os exames pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

A professora aposentada Ironi Gonçalves Cabral, de 62 anos, teve câncer de mama aos 48. Ela nunca tinha feito uma mamografia. Um dia viu na televisão sobre o autoexame da mama e resolveu fazer. “No primeiro toque já achei o nódulo. Aí que fui pensar que eu já apresentava outros sintomas como muita sonolência, mas achei que não era nada. Logo contei para uns amigos que me mandaram fazer a mamografia. Não deu outra. E a doença já estava em grau avançado”, relata.

Ironi lembra que quando soube da doença entrou em desespero, mas depois de 30 sessões de quimioterapia e 15 de radioterapia conseguiu vencer o câncer. Desde então faz questão de fazer a mamografia todos os anos e diz que virou a conselheira entre as amigas. “Quando eu vejo uma que não faz o exame regularmente, eu conto minha história”, afirma. “Grande parte do meu sofrimento poderia ter sido evitado se o diagnóstico tivesse sido precoce. Eu tive sorte, foi Deus quem colocou a mão”, emenda.

Para especialista, número é alarmante
Para a médica radiologista especialista em mama no laboratório Atalaia, Juliana Dallaqua, a estimativa de número de casos de câncer de mama feita pelo Inca para todo o Brasil é uma previsão alarmante. Segundo o instituto, até o final de 2012 serão registrados 52.680 novos casos no Brasil. No Centro-Oeste serão 3.470. Ela lembra, no entanto, que o número de casos aumenta a cada ano porque o diagnóstico está melhor. “Antigamente, muitas pessoas morriam com câncer de mama, mas nem sabiam que era por isso. Aí esses números não eram computados”, explica.

Dallaqua ressalta ainda que os hábitos de vida modernos favorecem o aparecimento da doença – alimentação baseada em carnes que levam hormônios e agrotóxicos, estresse, depressão, uso de anticoncepcionais orais são comportamentos de risco. “Não é uma doença fácil de prevenir”, afirma a médica. No entanto, algumas mudanças de hábito podem evitar o aparecimento do câncer de mama. “Evitar obesidade através de exercício físico, ter uma dieta balanceada, não fumar, não beber e evitar uso de hormônios,” enumera a médica. Além disso, fazer a mamografia todos os anos é essencial.

Segundo Dallaqua, hoje apenas 35% das mulheres acima de 40 anos têm esse hábito no Brasil. “Quando a gente descobre o tumor menor de um centímetro, a chance de cura é mais de 95% e o tratamento é menos agressivo”, destaca. A médica lembra ainda que o autoexame deve ser feito, mas não é um bom rastreio. Ela explica que quando o tumor é detectado pelo toque é porque já está maior que um centímetro. Por isso ressalta: “O ideal mesmo é a mamografia. É importante que cada uma escolha um dia para ser o seu dia rosa todos os anos e faça o exame.”                                                                                     Fonte:Reportagem retirada do site Medicina em Goiás                                                                         

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