quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Guaraná melhora cansaço provocado pela quimioterapia

Pesquisa do Einstein descobre que planta amazônica é mais efetiva que outros estimulantes.

Guaraná melhora cansaço provocado pela quimioterapia
Uma pesquisa inédita, realizada por pesquisadores do Hospital Israelita Albert Einstein e da Faculdade de Medicina do ABC, descobriu que o guaraná – planta nativa da Amazônia e utilizada geralmente como estimulante - pode ser usado para tratar o cansaço de mulheres com câncer de mama em tratamento com quimioterapia.
Ainda não existem tratamentos comprovados para reduzir a fadiga em pacientes com câncer. Outros estimulantes foram avaliados, como o metilfenidato (Ritalina) - medicamento usado no tratamento do transtorno de déficit de atenção e hiperatividade - mas nenhum atingiu os resultados positivos apresentados pelo guaraná.
"O efeito do guaraná sobre a fadiga dessas mulheres é curioso. Ainda não sabemos como ele age, mas sabemos que é capaz de diminuir o problema", explica o oncologista do Einstein, Dr. Auro Del Giglio, coordenador da pesquisa.
"Existe alguma substância no guaraná que produz esse efeito. Apesar de conter cerca de 5% de cafeína, não acreditamos que seja essa a razão, já que o café não apresenta os mesmo resultados", afirma.
A utilização do guaraná para tratar o cansaço de mulheres em tratamento de câncer de mama é tema de uma tese de mestrado apresentada por uma aluna do Dr. Auro Del Giglio.
"Iniciamos a pesquisa com pacientes de câncer de mama, mas a ideia agora é estudar a aplicação do guaraná no tratamento de outros tumores. Também iniciaremos um estudo mecanístico, ou seja, para entender o mecanismo que faz com que essa planta apresente esses resultados", explica o médico.

O estudo

A pesquisa envolveu 75 mulheres em tratamento de câncer de mama na Faculdade de Medicina da Fundação do ABC, em Santo André, São Paulo. Elas foram divididas em dois grupos: um deles recebeu 50mg de extrato de guaraná, duas vezes ao dia, e o outro recebeu apenas placebo (sem nenhuma substância).
Além do acompanhamento clínico por médicos e pesquisadores, as mulheres preencheram questionário para avaliar o seu nível de fadiga diário. Ao final de 21 dias, o estudo mostrou que 66% das pacientes do primeiro grupo relataram melhora, o que aconteceu com somente 13% do outro grupo.
"Além de efetivo, o guaraná é barato e não tóxico, por isso queremos ampliar o estudo e saber de que outras formas ele pode ser utilizado", conclui o oncologista.

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