quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Nova diretriz americana para rastreamento de câncer de mama

No final do ano passado, a Força-Tarefa de Serviços Preventivos do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos propôs uma nova diretriz para o rastreamento de câncer de mama. As mulheres fora do grupo de risco devem começar a realizar a mamografia de rotina a partir dos 50 anos, e não mais aos 40. A periodicidade também mudou. Até os 74 anos, deve ser feita a cada dois anos. A partir daí, anualmente.

DengueA justificativa para o novo protocolo é evitar excesso de exames desnecessários e diminuir o número de erros de diagnósticos. Os médicos responsáveis argumentaram que a nova proposta evitaria o chamado superdiagnóstico, que ocorre quando o câncer de mama é detectado pela mamografia em uma mulher que poderia ter seguido até o fim de sua vida sem ser afetada pela doença.
Mesmo nos Estados Unidos essa normativa foi muito criticada por várias sociedades médicas da área, como a Sociedade Americana de Oncologia, a Sociedade Americana de Radiologia e a Sociedade Americana de Cirurgiões de Câncer de Mama.

 

 

Lei brasileira universaliza mamografia aos 40

Para o dr. Silvio Bromberg, mastologista do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE), a nova diretriz não é um modelo a ser implantado em outros países que seguem o padrão de rastreamento a partir dos 40. No Brasil, a Lei Federal nº 11.664, em vigor desde abril de 2009, garante às mulheres a partir dos 40 anos a realização da mamografia pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Segundo a publicação Estimativa 2010: Incidência de Câncer no Brasil, divulgada pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca), são esperados 49 mil novos casos de câncer de mama para cada 100 mil mulheres. E conclusões de estudos demonstram que o exame diminui cerca de 30% da mortalidade na faixa de mulheres acima dos 50 anos.
O dr. Silvio confirma que fazer o rastreamento a partir dos 40 anos ainda é uma forma segura de salvar mais vidas: “Se adiarmos, vamos arriscar diagnósticos mais avançados aos 50 anos. Em médio e longo prazo, isso significa um aumento da mortalidade nas pacientes nessa faixa etária”, diz.

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